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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

É o nosso final feliz...



E de repente me vi casada. Sem véu, sem grinalda, mas com um dormir no sofá esperando ele chegar para dizer que o amo. E acordar, e dormir de novo, sem acostumar com os seus ritmos insanos, mas completamente aconchegada em suas pernas.

Não teve festa, nem bolo de três andares. Mas nossa casa tem dois quartos e uma estante cheia de livros que eram deles, e meus, mas que agora são nossos. E a gente se vê escolhendo o papel de parede e ele deixando claro que eu posso fazer o que eu quiser, porque confia em mim e no meu gosto por decoração da Marvel.

Aliás, nossos finais de semana são tomados por cervejas e séries, porque nosso gosto sempre foi tão igual. Mesmo sendo tão diferentes. E a sua guitarra fica ali, do ladinho do meu violão, para quem quiser ver que até nossos sonhos são completamente apaixonados.

E eu, que nem precisei fazer lista de convidados, me vi casada. Casada quando eu posso acordar cinco minutos mais tarde e ficar roçando meu pé, com seu pé, porque não há edredom que esquente melhor do que sua pele.

Casada quando a gente fica em silêncio. Quando rimos juntos ou quando simplesmente existimos. Quando respeitamos nossos espaços ou brigamos por uma bobeira qualquer.

E de repente eu me vi casada. E eu amei tanto estar casada, que nem lembrei que não havia mais anel de diamantes e a gente não seguia o padrão. Aliás, nós nunca seguimos o padrão. Mas acabamos escolhendo um ao outro e sendo feliz assim, desse jeito que somos.